24 de agosto de 2012

Música e Tarot


Os Arcanos Maiores do Tarot : Canções

 


 A ideia não é nova : associar uma canção a um Arcano do Tarot, uma vez que os 22 Arcanos residem no nosso inconsciente coletivo e  assim inspiram pintores, escritores, poetas, músicos, artistas e compositores ao redor do mundo todo.
 As cenas da vida, com suas situações cotidianas ou universais, são os temas dos 78 arcanos do Tarot, isto é, o Tarot é a representação da jornada arquetípica de nossas vidas.

Assim, selecionei pacientemente algumas músicas,  cujas letras  tem tudo a ver com os 22 Arcanos Maiores; são canções da Música Popular Brasileira (MPB); outras do Heavy Metal,  outras do Rock Nacional e Internacional e uma do Rap /Hip-Hop brasileiro.


Fui bastante seletiva, porque escolhi músicas que realmente se relacionam com os Arcanos e também é o que gosto de ouvir, o que aprecio.

Essas músicas parecem falar sobre os aspectos principais dos Arcanos a elas correspondentes.
Algumas impressionam demais, pela semelhança das letras com o Arcano em si.; outras poéticas e sutis.

Não tenho ideia dos porquês pessoais que os autores fizeram essas canções: só sei que são lindas, inspiradoras, ricas, em letra e música,  e com certeza elas possuem algo de muito especial, porque falam da jornada de todos nós.


Daquilo que reside em nosso inconsciente e em nossas trajetórias. 


Certamente, a imaginação e sensibilidade de cada um fará com que você encontre muitas outras canções e músicas, mas eis minha seleção.

  
No site youtube tem todas elas, em diversos videos, alguns deles legendados.
Ouvi-las, e analisar suas letras, é um modo mágicko e encantador de entrar em contato com os Arcanos e senti-los na Alma. 

Então, entrem no ritmo!!

Inspirem-se!
Espero que gostem!
Vou deixar os links dos sites.
Todas estão no youtube e nos sites de letras.
É dar um copiar e colar e vocês encontram.

Links:

Letras: www.vagalume.com

            http://letras.mus.br/

Videos: www.youtube.com



O LOUCO

    All the Fools Sailled Away - Ronnie James Dio


    The Fool on the  Hill - The Beatles
 

    Balada do Louco – Os Mutantes
  O MAGO

     O Mago - Shaw (Shawlin)
  
A SACERDOTISA

  
    Mystery - Ronnie James Dio


   She's a Mystery to Me - U2






  
     
A IMPERATRIZ

  
  O Cio da Terra - Milton Nascimento


  O Espírito Secreto de uma Vida – Guilherme Arantes (versão de canção   de Stevie Wonder)



O IMPERADOR
       
      
    The Emperor - Artension


                                               
O HIEROFANTE

   
    
   Gita - Raul Seixas/Paulo Coelho



OS ENAMORADOS                                                         

     
    
    The Rain Song - Led Zeppelin






 

O CARRO
      
     
    Born to be Wild - Steppenwolf

     
                                                                 
A JUSTIÇA

   
   
   Corações Animais – Zé Ramalho


O EREMITA

 Send me an Angel – Scorpions

 Solidão – Alceu Valença





 


A RODA DA FORTUNA

                

      Changes – David Bowie 


      Roda Viva – Chico Buarque






A FORÇA

Tente Outra Vez - Raul Seixas/Paulo Coelho

We Are the Champions - Queen


O ENFORCADO

 Meu Mundo e Nada Mais – Guilherme Arantes

 Dreamin’ - Kiss


       A MORTE

    Canto para Minha Morte – Raul Seixas

    Death – Judas Priest


A TEMPERANÇA


    Harmonia – Sá e Guarabyra

    O DIABO


Sympathy for the Devil –The Rolling Stones


Rock do Diabo – Raul Seixas







   A TORRE 
 

A Queda – Lobão

Se Meu Mundo Cair – José Miguel Wisnik ( inspirada na canção original de Maysa Monjardim)







 A ESTRELA


  When You Wish Upon a Star – Leigh Harline



          A LUA



 Travessia – Milton Nascimento


  Soon - Yes


            O SOL

Here Comes the Sun –The Beatles


Força Estranha – Caetano Veloso (também tem a ver com O Eremita e com A Força)


Sol de Primavera - Flávio Venturini



O JULGAMENTO

    
   Only Human -  Uriah Heep


   Primeiros Erros – Capital Inicial (Kiko Zambianchi)
   
  
   Rebirth - Angra


  O UNIVERSO
                                                             

Across the Universe –The Beatles

2 de agosto de 2012

As Mil e Uma Noites : Um Conto sobre a Riqueza e a Pobreza





Scheherazade, a Iluminada filha do vizir que encantou o sultão com suas histórias maravilhosas, durante mil e uma noites...com o objetivo de entreter seu rei e assim salvar todas as moças do reino de serem cruelmente assassinadas.....e num sentido mais amplo, todos nós,  toda a Humanidade... 

Scheherazade, que o Ocidente, com seu materialismo, não compreendeu como deveria, o tamanho da riqueza de suas histórias e de sua própria lenda.....

...Nos deixou esse lindo conto, que reproduzo aqui, e que trata de Destino, Sincronicidade, acaso, mérito, pobreza e riqueza, materiais e espirituais, entre tantas outras coisas.

Conto-diamante da incomensurável riqueza cultural e espiritual dos povos árabes e que chegou, depois de milhares de anos, como joia indestrutível, até nós.

Era uma vez dois velhos sábios, que sempre filosofavam sobre a vida.
Estavam  os dois, certo dia, a discutir sobre as causas da pobreza : se esta era consequência do destino,  se era predestinada ou se era fruto de falta de visão e mau uso das oportunidades que a vida oferecia.
E se, caso ou outro, o indivíduo poderia reverter essa situação de ser pobre, seja por méritos adquiridos, empenhos ou por uma espécie qualquer de recompensa do Destino.

Resolveram então testar o que pensavam.

Havia no lugarejo um homem chamado Hassam, muito pobre, casado e com muitos filhos.
Resolveram os dois sábios doar-lhe uma boa quantidade de joias, para ver o que acontecia.

Hassam  então recebeu alegremente as joias  mas, com medo de ser roubado, escondeu-as em seu turbante.
Pegou no sono e eis que vem uma porção de corvos e....levam embora o turbante recheado de joias!
Hassam, desesperado, correu para contar aos sábios o azar que a ele sucedera.

Os sábios, espantados, resolveram que desta vez dariam boa quantia em moedas de ouro a Hassam.
E assim foi feito. Entregaram-lhe as moedas de ouro e Hassam as levou para casa.
Mas, com medo de ser roubado, Hassam as escondeu dentro de um pacote de farelo de ração para animais e saiu para a cidade.
Sua esposa estava em casa e, procurada por alguns viajantes que precisavam de ração para seus animais, ela, sem saber, vendeu algumas sacas de farelo a eles e entre elas, a saca com as moedas de ouro escondidas pelo marido.
Qual a surpresa para Hassam, ao chegar em casa, e saber da fatalidade!!!
Foi novamente, desesperado, reclamar aos sábios de mais uma peça que o Destino lhe pregara.

Os sábios, ainda firmes em seus propósitos, resolveram então que desta vez dariam a Hassam um simples pedaço de chumbo, mas que dentro dele estaria escondida uma raríssima e valiosa joia, sem que Hassam soubesse disso.
Hassam então pegou o pedaço de chumbo, sem saber o que havia dentro, e o levou para casa.

Estava em companhia da mulher e dos filhos quando chegou seu vizinho, um antigo pescador do lugarejo.

Este lhe disse:
 _ Hassam, ontem eu tive um dia terrível. Minha rede se rompeu e não tenho como consertá-la, o que me impedirá de pescar e levar alimento para minha família. Se eu tivesse um bocado de chumbo, poderia consertá-la.....
Prontamente, Hassam lhe ofereceu o chumbo que ganhara dos sábios, deixando o pescador na mais pura alegria, dizendo-lhe:
_ Obrigado amigo, e prometo-te que, depois de consertada minha rede e lançada ao mar, o primeiro peixe que hoje eu pescar, será teu.

E assim, o pescador usou o chumbo de Hassam no reparo da rede que, lançada ao mar, pescou muitos peixes e o primeiro deles, conforme prometido, foi entregue a Hassam como símbolo da mais pura gratidão.

Hassam recebeu alegremente o peixe e enquanto o cozinhava, percebeu um imenso brilho dentro dele.
Era um diamante enorme, jamais visto em toda a redondeza, joia que Hassam logo vendeu a um mercador estrangeiro por muito, muito dinheiro.

Com o dinheiro, Hassam comprou muitos animais e também ração para eles e eis! 
Entre tantos e tantos pacotes de farelos comprados, lá estava a saca com as moedas de ouro que havia escondido, intactas, aquela saca que sua esposa havia vendido para os viajantes.
Hassam, com as moedas de ouro recuperadas, comprou uma casinha e ao mudar-se para ela viu seu filho mais velho correndo, vindo do quintal, trazendo na mão um ninho de corvos e um....turbante.... recheado de joias......

Esse lindo e comovente conto não fala da riqueza material, porque é uma parábola sobre a riqueza espiritual, o conhecimento interior, as virtudes, os talentos que, se usados e colocados em prática, traçam o nosso destino.

Os dois sábios, no conto, podem  representar Deus, o Universo, a Vida, doando essas virtudes, esses talentos (as joias, as moedas) a alguém que não as utiliza;  ao contrário, as esconde, “com medo de ser roubado”.

O Acaso, ou o acaso que não é acaso, mas sim uma Sincronicidade, arrumou um modo para que corvos, viajantes e pescadores com rede quebrada aparecessem na vida do protagonista do conto, para retirar o que ele havia ganhado ou para devolver a ele o que havia sido perdido.
Hassam, pelo seu caráter medroso e egoísta, escondeu esses talentos simbólicos e os perdeu.
Quando recebeu a joia oculta, envolta num simples chumbo sem valor material, não temeu ser roubado e foi aí que teve a chance de modificar suas atitudes e mudar seu Destino, quando doou, de coração, o metal ao pescador.

Talvez aí resida o mistério do Destino: nós o construímos com nossas intenções: conscientes ou inconscientes, expostas ou veladas.
Esses talentos, essas virtudes, joias que nos foram dadas, não para serem escondidas, mas compartilhadas, devem ser divididas, passadas adiante: devem tocar os outros e também mudar seus destinos, como Hassam mudou o seu e o do pescador.

Seriam tesouros que escondemos,  por “medo de sermos roubados” ?

Certamente essas virtudes podem se manifestar em diversas formas, tanto em um tipo de arte, profissão, atividade ou através das habilidades que possuímos, que teimamos em desprezar,  e que muitas vezes são como o chumbo-diamante da história : acreditamos que não possuem valor algum, mas servem para um pescador que não tem como consertar sua rede e lançá-la ao mar.

Esse conto nos leva a pensar que joia oculta carregamos sob o metal pesado, sob nossos medos, julgamentos, orgulhos, vaidades, preconceitos, tanto em relação aos outros, à Vida e mais importante: sobre nós mesmos ; aquelas riquezas imensas que temos dentro de nós, envolta por padrões petrificados, assimilados,  e que, se fossem essas riquezas compartilhadas, de coração,  seriam capazes de enriquecer nossa alma, a de muitos outros e por consequência, mudar nosso Destino.

O que nos é dado, doado, lá do Alto, não só a nós pertence.

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