Dia 11 de fevereiro de 2013, numa
segunda-feira pré–Carnaval, o Papa
Bento XVI anunciou sua renúncia.
No mesmo dia, um raio atingiu a
torre da Basílica de São Pedro, a sede do Vaticano e do poder papal.
Na sexta-feira, dia 15 de
fevereiro, um meteoro caiu na Rússia, causando danos e ferindo várias pessoas.
Para os céticos, esses eventos
nada possuem em comum.
Para a Escatologia, são sinais do
fim dos tempos.
E para os tarólogos e estudiosos
de Carl Jung, são sincronicidades, isto é, eventos que não possuem relação de
causa e efeito uns com os outros, mas que guardam entre si uma poderosa relação
de significados comuns e que acontecem no Grande Tempo como simultâneos.
Vejamos então o que aconteceu na
semana de 10 a 16 de fevereiro desse ano.
Todos nós sabemos que a Igreja Católica anda sofrendo uma crise interna e externa como
jamais vista.
Todas as denúncias que caíram
sobre a Igreja e seus padres, fiéis deixando a Igreja em todo o mundo, escândalos
de pedofilia, a condenação e não-aceitação do Vaticano aos diversos clamores da
sociedade moderna e ainda, a velha proibição aos sacerdotes de se casarem e constituírem famílias,
bem como a ordenação de mulheres, fizeram com que a Igreja Católica se mantivesse
praticamente a mesma que era há séculos e séculos atrás.
A mesma em termos, porque suas
estruturas arcaicas são mantidas em pé à custa de muito esforço e estão
ameaçando ruir, apesar do mundo ter mudado.
Semelhante ao Arcano a Torre do Tarot, o Arcano XVI, também chamado de "A Casa de Deus" em alguns tarots.
(Publiquei uma postagem sobre
esse Arcano aqui nesse blog e sugiro sua leitura).
Como o arquétipo representado
pela carta do tarot, a Igreja vem
mantendo as aparências há muito tempo.
Bento XVI, representante do Arcano nº V do Tarot, a carta o Papa, o Sumo
Sacerdote ou o Hierofante, renunciando, abdicou
de seu papel arquetípico de conselheiro
espiritual, alegando motivos pessoais e posteriormente, motivos relacionados à própria estrutura atual de sua Igreja.
Na História do Catolicismo, papas
só deixaram esse papel quando foram para o túmulo.
Mas Bento XVI, o Papa da Torre,
não suportou o peso das crises vividas pela Santa Sé e não conseguiu ou não pode levar adiante sua missão de
Hierofante: exercer o papel de ponte
(pontífice) entre o homem e Deus; entre a Matéria e o Transcendente, entre o Mundo e o Espírito.
Papel que não é só o papel de um papa, mas dos grandes líderes religiosos, devido à sua essência arquetípica.
Papel que não é só o papel de um papa, mas dos grandes líderes religiosos, devido à sua essência arquetípica.
Talvez nunca saibamos todas as
razões de sua renúncia ou abdicação.
Creio que para o Papa Bento XVI e
Joseph Ratzinger essas razões são suficientemente fortes e muito profundas, ainda mais se tratando do homem que é, grande teólogo, estudioso e homem de fortes convicções.
Mas, e depois do Arcano o Papa
numa posição negativa (ou negada) e da Torre, o que se seguiu na semana?
A Estrela, Arcano XVII, em sua posição
invertida ou negativa.
Um clarão assombrou os céus da
Rússia na manhã de sexta-feira, mesmo dia em que um outro asteroide passaria
muito próximo à Terra.
A Estrela, Arcano XVII, carta seguinte
ao Arcano A Torre, é o símbolo da fé, da esperança, de brilho em tempos de escuridão, de resgate de crenças, quando está em sua posição
positiva e esses dias foi
sincronisticamente manifestada em sua forma negativa, trazendo medo,
insegurança e destruição, deixando mais
de 1.200 feridos na cidade russa de Tcheliabinsk.
Esses três eventos têm vários elementos em
comum: o abalo das estruturas velhas, sustentadas por vigas que estão prestes a
ceder; a necessidade de se derrubar as
aparências que as sustentam, o medo e a insegurança diante da forças
transcendentes e divinas, o poder de Deus e as surpresas do Desconhecido.
São abalos de natureza política, religiosa,
econômica, física ou da própria natureza, abalos manifestos, mas que ensejam, em seus significados
latentes, chamar a atenção para algo mais abrangente, isto é, derrubar velhos e
inúteis paradigmas, para que se promovam
mudanças coletivas profundas, tão necessárias à jornada humana.
E depois da Estrela, no Tarot, vem a Lua.
(Também escrevi sobre esses dois
Arcanos aqui neste site).
Tempos nos quais nossa consciência
fica obnubilada e as coisas se tornam pouco compreensíveis ao nosso olhar.
Tempos de fantasia, de engano, de
ilusão, nos quais só podemos contar com nossa intuição, mas também tempos de travessia e de crescimento.
Creio que, no curso do Tempo, passaremos coletivamente por isso.
Creio que, no curso do Tempo, passaremos coletivamente por isso.
É uma tarefa um tanto estranha, para
muitas pessoas, essa de enxergar coincidências significativas nos acontecimentos
aparentemente desconectados.
Para outros, é mera fantasia e
superstição.
Mas para nós, estudiosos de símbolos
como o Tarot e das sincronicidades cotidianas e mantendo nossos olhos voltados
ao que acontece quase em segredo, é um
envolvente e permanente desafio.
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